
Orla
Marítima
O
tempo das suaves raparigas
É
junto ao mar ao longo da avenida
ao
sol dos solitários dias de dezembro
Tudo
ali pára como nas fotografias
É
a tarde de agosto o rio a música o teu rosto
Alegre
e jovem ainda quando tudo ia mudar
És
tu surges de branco pela rua antigamente
Noite
iluminada noite de nuvens ó melhor mulher
(e
nos alpes o cansado humanista canta alegremente)
“Mudança
possui tudo?” Nada muda
nem
sequer o cultor dos sistemáticos cuidados
levanta a dobra da tragédia nestas brancas horas
Deus
anda à beira de água de calça arregaçada
Como
um homem se deita como um homem se levanta
Somos
crianças feitas para grandes férias
pássaros
pedradas de calor
atiradas
ao frio em redor
pássaros
compêndios de vida
e
morte resumida agasalhada em asas
Ali
fica o retrato destes dias
gestos
e pensamentos tudo fixo
Manhã
dos outros não nossa manhã
pagão
solar de uma alegria
De
terra vem a água a alma
o
tempo é a maré que leva e traz
o
mar às praias onde eternamente somos
Sabemos
agora em que medida merecemos a vida
Ruy
Belo, O Tempo das Suaves Raparigas e
Outros Poemas de Amor
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