Fugir da
chuva e mais nada.
-Vamos
embora, vamos sair daqui, deixou de chover, arrefeceu um bocadinho e não tarda
será noite, temos de partir. Vamos embora. Já. Traz tudo o que precisas para
dois, três dias, depois logo se vê. Não te esqueças dos livros, dos
comprimidos, o pó de arroz. Pormenores. Não te distraias
com pormenores. Traz o mais importante – tu, assim como estás. Vem já. Temos de
agarrar a estrada. Não olhes para trás, não olhes. O que te pertence virá
contigo, com a tua pele e eu estou aqui. Vim buscar-te. Vamos embora, antes de
mais chuva. Consegues ver o céu? Está
tão escuro. Vem comigo. Vem. Vamos embora !
( - Quem era?- perguntou-lhe
o homem, punha a mesa com os gestos de sempre.
- Um inquérito
qualquer, não percebi. Desliguei. Comes sopa?
- Uma concha, não
enchas muito o prato. Podias ter respondido. São miúdos, estão só a fazer o que
lhes é pedido. Mal pagos, estes miúdos.
- Pois. Podia ter
respondido. Na próxima vez serei mais simpática. Está bem assim? )
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