terça-feira, 4 de junho de 2013

Lucky to be me


Nancy Wilson

 Gosto de música. Gosto de ouvir cantar. Gosto de canções. De Jazz. Aprendi ao longo da vida. Fui ouvindo, aprendendo a ouvir pelos sítios onde fui passando e vivendo. Nos sítios onde fui feliz. Nos sítios onde fui menos feliz e nos sítios onde nunca fui.Tenho músicas do coração e música no coração. A minha, abençoada,leviandade tem-me levado atrás do meu ouvido e, assim, fui conhecendo vozes que não sabia. Vozes que ficam e fazem de mim aquilo que hoje sou. Gosto muito dos ditos 'clássicos', masculinos e femininos. Mas prefiro as vozes  femininas, das melodiosas às agudas, das mais roucas às mais cristalinas. Também oiço com gosto as que cantam ópera, algum fado e baladas. Sim, as de amor a rimar com dor, as revolucionárias e as que nem por isso. Em brasileiro, com mais ou menos mel; em francês, a ditar sonhos e modas; em alemão, com legendas, em inglês, so nice;  em americano, so blue e  em  italiano de veludo. Tenho vindo a olhar com atenção vozes mais ao norte .Com neve. De frio não têm uma só nota. Quem me conhece, e gosta de mim, sabe que o melhor que me pode dar é uma voz feminina que eu nunca tenha ouvido. Uma canção nova e uma voz desconhecida. Tenho várias canções interpretadas por diferentes senhoras, afastadas no tempo e no espaço. Ou no mesmo espaço, mas com “maneiras de ser” diversas. Há quem colecione selos, moedas e carteiras de fósforos, eu guardo e oiço com os sentidos todos vozes femininas. Às vezes, dizem que eu oiço música de ”gaja”, eu respondo - aprendi com o Bernstein e com o maestro António Victorino de Almeida - que não há música de gaja, nem música de gajo, nem música de pretos, nem música de brancos. Há música. O que não for música é ruído. É bom não usarmos todos a mesma cor. É melhor ouvir e ter amigos que gostam, me ensinam e me dão a ouvir maneiras tão coloridas de olhar o mundo.


(O critério utilizado na redação da minha playlist é pessoal. Mas transmissível. Fiquem a ouvir. Amanhã haverá mais.)


 

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